Convicções que nos cegam
Quantas vezes nos pegamos defendendo nossas crenças como se fossem fortalezas inexpugnáveis? Como se o simples fato de acreditarmos em algo tornasse o mundo obrigado a se alinhar às nossas convicções. Mas a verdade é que o mundo não é um espelho das nossas ideias — ele é uma força imparável de realidades em constante mudança.
Shane Parrish, em Pensamento Eficaz, nos oferece uma reflexão poderosa:
“Muitas vezes, para proteger nossas convicções, lutamos contra a resposta que o mundo nos dá. Em vez de mudarmos, queremos que o mundo mude. E se não temos o poder de mudar o mundo, fazemos a única coisa que julgamos que podemos fazer: reclamar.”
Quantas oportunidades perdemos porque nos recusamos a ouvir o que a realidade está tentando nos ensinar? A resistência é natural, quase instintiva. Afinal, mudar dói. Abandonar uma convicção pode parecer uma traição a nós mesmos. Mas é nessa dor que reside o crescimento.

Quando insistimos em que o mundo mude por nós, estamos abraçando a impotência. Reclamamos, protestamos, murmuramos. No entanto, nenhuma dessas ações nos transforma. O que nos transforma é a coragem de olhar para a resposta que o mundo nos dá e, em vez de rejeitá-la, perguntar: “O que isso diz sobre mim? Sobre o que posso fazer diferente?”
Mudar o mundo começa por mudar a si mesmo. A ação prática, o esforço genuíno para adaptar-se e encontrar novas respostas, tem mais poder do que mil palavras ditas em frustração.
Por isso, proponho um exercício: da próxima vez que sentir a vontade de reclamar, pergunte-se o seguinte: “O que estou resistindo? O que posso fazer, mesmo que pequeno, para criar a mudança que desejo ver?”
O mundo não nos deve nada. Mas nós devemos a nós mesmos a oportunidade de crescer, evoluir e, quem sabe, um dia inspirar mudanças ao nosso redor — não porque reclamamos, mas porque agimos.
Vamos mudar juntos?